28 de abril de 2015

CIRP: 10 ANOS


A Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal celebrou o seu décimo aniversário com a XX Assembleia Geral.

Cerca de 90 superioras e superiores maiores dos Institutos membros da CIRP estiveram reunidos em assembleia geral na Casa de N.ª Sr.ª das Dores, em Fátima, de 27 a 28 de Abril de 2015.

Depois de uma oração multimédia, o presidente da CIRP, P. Artur Teixeira, saudou os presentes. Sublinhou que «a Vida Consagrada vive e ama a humanidade com a paixão de Jesus Cristo.»

Recordou que a assembleia geral marcava o décimo aniversário da CIRP, uma ocasião para «cantar, agradecer e celebrar a caminhada feita ao longo de dez anos.»

O P. António Fernandes, superior provincial dos Missionários da Consolata, apresentou o tema formativo A CIRP em missão profética. Recordou que se vive «uma mudança de época mais do que uma época de mudanças» e os consagrados «têm que estar conscientes disso com inquietudes profundas». Os novos tempos pedem a construção de uma espiritualidade dos sem-medo, a descolonização da imagem de Deus e o falar do que Deus fez por nós.

«Não podemos como religiosos ter medo de arriscar, de inventar, de fazer experiências novas de vida religiosa», disse.

Recordou que a comunhão se faz a partir da missão comum. «Para não ter medo, é preciso que todos nós acreditemos na força do Evangelho e na Boa Nova que todos nós levamos», frisou.

E concluiu: «Temos de partir de uma missão territorial para uma missão de causas que rompa fronteiras. Não estamos organizados por territórios mas para as pessoas.»

Os padres Claudino Gomes, Artur Teixeira e António Fernandes apresentaram à assembleia três propostas concretas de intercongregacionalidade: apadrinhamento de 11 irmãs, cinco irmãos e sete leigos da diocese de Butembo (RD do Congo) com bolsas de estudo para frequentarem um curso de ciências religiosas; Casa de Nicodemos (no Km 24 da A1) para os sem-abrigo; e Transformar armas em brinquedos pelas crianças-soldados da RD Congo.

Os participantes dividiram-se em nove grupos para discutirem os três projetos. Os grupos fizeram uma análise profunda e franca dos projetos e os superiores maiores deram indicações em que projetos se queriam comprometer.

O primeiro dia da assembleia concluiu com a celebração-memorial do quinto centenário do nascimento de Santa Teresa de Jesus no Domus Carmeli. Seguiu-se um jantar volante e um espaço de alegre convívio.

Os trabalhos do segundo dia da assembleia geral iniciaram com a Eucaristia evocativa dos 200 anos do nascimento de São João Bosco, fundador dos Salesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora.

Depois da apresentação e aprovação da Ata da XIX Assembleia Geral, os participantes passaram em revista os diversos assuntos da vida da CIRP.

A assembleia deu as boas-vindas aos novos membros: o geral da Sociedade Missionária Portuguesa e o provincial dos Irmãos de São João de Deus.

O presidente da CIRP apresentou as diversas iniciativas realizadas e a realizar no âmbito do Ano da Vida Consagrada. O evento encerra em Portugal a 7 de fevereiro de 2016 com uma peregrinação nacional a Fátima. A Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada será de 6 a 9 de fevereiro de 2016. Os Institutos Missionários ad Gentes (IMAG) estão a preparar uma exposição missionária itinerante no âmbito do Ano da Vida Consagrada.

Os participantes partilharam acontecimentos significativos que os seus institutos estão ou vão celebrar a nível nacional e internacional.

O P. Constantino Tiago fez uma relação da participação da CIRP na XVI Assembleia Geral da União das Conferências da Europa dos Superiores Maiores (UCESM) que decorreu em Tirana, Albânia, de 23 a 27 de Março.

O Dr. Carlos Liz apresentou os resultados do primeiro trimestre do Estudo Gramática da Proximidade junto de jovens adultos portugueses para o Barómetro da Vida Consagrada. O estudo da IPSOS APEME dura o ano inteiro e visa elaborar uma Gramática da Proximidade para a Vida Consagrada.

A assembleia acolheu com alegria o convite da Conferência Episcopal Portuguesa aos superiores maiores para participarem nas Jornadas do Episcopado sobre a Vida Consagrada. O evento vai realizar-se em Fátima de 15 a 17 de Junho.

A assembleia aprovou por unanimidade o Relatório de Contas da CIRP 2014 apresentado pelo ecónomo da CIRP que contou com o parecer favorável do Conselho Fiscal que propôs um voto de louvor.

A assembleia recebeu o Plano Estratégico 2015-2020 da Faculdade de Teologia da Universidade Católica e um pedido de padres para capelães apresentado pelo ordinariato militar.

A próxima Assembleia Geral: de 16 a 17 de Novembro de 2015.

24 de abril de 2015

FAIAL


Passei cinco dias no Faial, de 20 a 24 de Abril, uma ilha encantadora e encantada, numa iniciativa no âmbito da quinzena de oração pelas vocações, organizada pela pastoral escolar e vocacional da Ouvidoria da Horta.

O programa foi vasto e diversificado. Começou com uma vigília de oração vocacional na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na Ribeira Funda. Rezamos o tema Tu és missão com a ajuda de powerpoints e vídeos e com a colaboração dos jovens participantes. A igreja estava praticamente cheia e a vigília correu bem. No dia seguinte, na Horta, uma senhora cumprimentou-me sobre o evento, mas disse que foi curto – demorou cerca de uma hora. Ela queria pelo menos duas!

Passou pelo encontro com as turmas de Educação Moral e Religiosa Católica da Escola Secundária Manuel de Arriaga, 13 ao todo. Falei-lhes da vocação fundamental: somos chamados por Deus à vida para sermos felizes. Os caminhos da realização pessoal são diversos: matrimónio, vida consagrada e missionária, sacerdócio ministerial. Gostei muito de estar com os alunos e alunas que em geral se mostravam interessados e atentos.

O contacto com os jovens em idade escolar fez-me pensar na importância que a disciplina de EMRC tem nas suas vidas. Hoje, mais do que nunca, os pais e a família delegam a educação dos filhos na catequese e na escola. E precisam de fazer pontes entre a fé e a cultura dominante, em ter uma visão e vivência esclarecidas da mesma.

Outros encontros interessantes foram a reunião com os jovens que se preparam para receber o sacramento do Crisma. A cripta da Igreja de Nossa Senhora da Conceição foi pequena para acolher todos os participantes. Reflectimos sobre a Confirmação, o Espírito Santo, os momentos do rito do sacramento.

A cripta também acolheu o encontro com os párocos da Ouvidoria sobre As tentações dos agentes de pastoral tratadas pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica A Alegria do Evangelho (Nºs 76 a 109). Um momento de reflexão sobre os desafios do serviço ministerial numa sociedade globalizada e individualista.

Houve ainda um encontro com casais num salão da Igreja de Nossa Senhora do Carmo sobre o tema Evangelizar porque sim a partir de A Alegria do Evangelho com uma partilha interessante sobre os desafios que as famílias enfrentam na educação dos filhos e na vida familiar.

Os meios de comunicação social também foram incluídos no programa. Logo na tarde do primeiro dia apresentei o programa através de uma entrevista em directo no programa Açores Hoje da RTP-Açores. E os alunos do décimo primeiro e décimo segundo fizeram-me uma entrevista para passar na Rádio ESMA, a emissora da escola na internet.

O Papa Francisco escreve na Exortação Apostólica que delineia o programa para o seu pontificado que sonha com uma Igreja em saída, uma igreja que faz todas as coisas missionárias, uma igreja em que somos todos discípulos missionários, todos somos missão!

Parto com os olhos mais cheios de verde e de azul – as cores da vossa ilha – e da hospitalidade e amizade do P. Bruno Rodrigues e da Dr.ª Belmira Freitas que foram incansáveis na programação e acompanhamento das actividades e mostraram-me os recantos e encantos das ilhas do Faial e do Pico, a «casa» do ponto mais elevado de Portugal onde se cultiva a vinha em «currais»!

Um bem-hajam reconhecido!

23 de abril de 2015

#SOMOSTODOSPESSOAS


Consternação e indignação é o sentimento que une várias organizações da Igreja Católica numa manifestação de solidariedade e de alerta para a atual situação de muitos migrantes que têm sido ultrajados na sua dignidade humana ao tentarem atravessar fronteiras à procura das mais básicas condições para a sua sobrevivência.

Este ano, mais de 1500 pessoas morreram no Mar Mediterrâneo, um número 50 vezes superior ao de 2014. Os acontecimentos dos últimos dias, nomeadamente a morte de mais de 700 pessoas que se viram trancadas no porão do navio, e muitos outros já vividos não só no nesta região mas também noutros lugares onde a imigração é considerada irregular face às leis humanas vigentes, obrigam-nos a não ficar calados, sob pena de sermos cúmplices de um verdadeiro massacre que deveria envergonhar o mundo, particularmente os que têm responsabilidades políticas.

Agência Ecclesia, Cáritas Portuguesa, Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), Comissão Nacional Justiça e Paz, Comissão Nacional Justiça, Paz e Ecologia dos Religiosos, Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Obra Católica Portuguesa de Migrações, Rádio Renascença , Serviço Jesuíta aos Refugiados e Sociedade de São Vicente de Paulo apelam a todos os portugueses para que, no próximo domingo, dia 26 de abril, coloquem nas suas janelas um pano branco ou usem uma peça de roupa branca e se unam, em oração ou num minuto de silêncio, aos milhares de pessoas que se sentem solidárias com todos os que buscam uma vida melhor para si e para as suas famílias e partem diariamente das suas terras na procura legítima de melhores condições de vida.

Em todas as eucaristias celebradas no próximo domingo, será incluída uma prece no momento da Oração dos Fiéis, rogando a Deus que nos ajude a construir “uma só família humana”.

As organizações da Igreja Católica, com o apoio da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, lembram que todas estas pessoas “são pessoas como nós que se vêm obrigadas a fugir do seu país porque vivem situações que ferem gravemente a sua dignidade e colocam em risco a sua sobrevivência e das suas famílias”. Acreditamos que a União Europeia pode e deve fazer mais por cada uma destas pessoas, nomeadamente, olhando de forma diferente para os seus países de origem. As organizações da Igreja Católica pedem medidas que ultrapassem a excessiva preocupação securitária e de controlo de fronteiras e que se pensem alternativas de maior humanização.

Um gesto tão simples como este que agora se propõem é uma manifestação de indignação e, para além disso, deverá ser entendido como uma adesão pessoal e institucional à realidade vivida nas periferias e o inconformismo com uma cultura do descartável.

“São homens e mulheres como nós, irmãos que procuram uma vida melhor, famintos, perseguidos, feridos, explorados, vítimas de guerras. Procuram uma vida melhor, procuravam a felicidade.” (Papa Francisco)

Agência Ecclesia, Cáritas Portuguesa, Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), Comissão Nacional Justiça e Paz, Comissão Nacional Justiça, Paz e Ecologia dos Religiosos, Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Obra Católica Portuguesa de Migrações, Rádio Renascença , Serviço Jesuíta aos Refugiados e Sociedade de São Vicente de Paulo

10 de abril de 2015

PRIMAVERA HOJE

Mensagem comboniana do Fórum Social Mundial 2015

SER PRIMAVERA NA IGREJA E NO MUNDO DE HOJE

Depois de dois anos, o Fórum Social Mundial (FSM) voltou a Tunes, num contexto de crescente instabilidade e violência nos países do norte de África e do Médio Oriente. Quis ser um sinal de paz e de esperança no processo da ‘primavera árabe’, ameaçado pelo terrorismo e em risco de ser pervertido pelo fundamentalismo religioso e por governos repressivos. O Fórum declarou o seu repúdio a “todas as formas de terrorismo”, inclusive a arrogância do militarismo e a violência sistemática de uma economia homicida.

O Fórum encontrou o acolhimento e a gratidão de um povo que está num processo de emancipação no qual se destaca o protagonismo dos jovens e das mulheres.

A Família Comboniana (Comboni Network) esteve de novo presente, com uma das delegações mais representativas e internacionais de sempre: 37 membros, empenhados em 15 diferentes países do mundo.

Num quadro intercultural de cores, ritmos e danças, os povos Magrebinos eram os mais numerosos na maior parte dos debates e manifestações. Cresceu, em comparação com a edição anterior, a participação de outros Países africanos, cujos representantes, em muitos casos, reconheceram e valorizaram as missionárias e os missionários combonianos. O Fórum representa um dos poucos espaços públicos, a nível mundial, no qual o Sul do mundo se pode expressar livremente.

Os temas principais, dos cerca de 1500 workshops realizados, tinham a ver com: a defesa dos direitos humanos (nomeadamente das mulheres, dos migrantes e das minorias); a questão ambiental e climática, que nos exigem uma mudança de estilos de vida; as alternativas ao sistema hegemónico neoliberal; a espiritualidade e o diálogo inter-religioso.

Como Família Comboniana, vemo-nos em sintonia progressiva com o empenho da sociedade civil organizada, nas diversas partes do mundo. Isto é a expressão do nosso esforço contínuo para actualizar o Plano de Daniel Comboni, que sentíamos caminhar connosco nas várias actividades realizadas no Fórum.

Ao longo destes últimos oito anos, a presença comboniana no FSM foi-se qualificando: começamos a organizar seminários e workshops, inspirados nas nossas experiências missionárias; agora estamos progressivamente a compartilhar actividades e percursos mais amplos, associados aos grupos com os quais trabalhamos em rede.

O stand da Família Comboniana foi um importante instrumento de animação missionária: na pluralidade de pertenças e de lugares de proveniência, testemunhámos o compromisso cristão de mudarmos juntos as realidades que destroem a vida.

O papel dos leigos é fundamental: obriga os nossos Institutos a abrir-se cada vez mais a formas de participação no compromisso missionário com pessoas, preparadas e apaixonadas, que nos ajudem a alargar a nossa compreensão do mundo e a aumentar as nossas redes de relações, garantindo, deste modo, a continuidade dos processos de evangelização e de transformação da realidade.

Uma presença como combonianos/as

Participamos no Fórum com a intenção de fazer eco, desde a nossa fé, aos processos de libertação que temos a graça de acompanhar junto à sociedade civil organizada. Por isso, nos comprometemos a reservar, cada dia, um tempo para o discernimento comunitário e para a celebração.

Cremos que a missão é, antes de mais, partilhar a mística que alimenta as nossas acções e inspira uma visão transfigurada de “um mundo diferente e possível”.

Isto o afirmamos, entre nós, celebrando na cripta da Catedral de Tunes, no escondimento da presença cristã num contexto cultural árabe-muçulmano. Iniciamos juntos no dia da memória do martírio de Óscar Romero e trinta anos depois do martírio do nosso irmão Ezequiele Ramin, e na semana que antecede a Páscoa. A semente que dá a vida para a vida do mundo é uma imagem bela da nossa fragilidade frente a tão grandes desafios, assim como da nossa esperança de que é ainda possível “fazer primavera” junto aos povos que nos acolhem.

Dando continuidade ao discernimento realizado nos últimos quatro Fóruns combonianos, destacamos as dimensões nas quais temos estado empenhados, mas que ainda necessitam de serem fortalecidas e de se desenvolverem:
  • a libertação das escravidões de hoje, de modo particular aquelas relacionadas com o tráfico dos seres humanos;
  • a mobilidade humana e a defesa dos direitos dos migrantes;
  • os caminhos de reconciliação e de diálogo nos países marcados pela guerra, dando particular atenção ao diálogo inter-religioso e, especificamente, ao diálogo islâmico-cristão;
  • a defesa da criação e dos bens comuns, unidos às vítimas da injustiça ambiental e revendo o estilo de vida das nossas comunidades e províncias.
Para sermos eficazes nestes âmbitos, necessitamos cada vez mais de criar redes a nível interprovincial e continental, de acolher leigos e leigas preparados e comprometidos nestas mesmas temáticas, e de colaborar com as organizações, religiosas ou não, que trabalham pela defesa da vida.

Chamados a reconhecer os “novos areópagos” da missão, realçamos a importância da presença comboniana no Fórum Social Mundial, propondo-a como uma etapa fixa, na qual podemos verificar o sentido e a eficácia do nosso caminhar com a humanidade peregrina rumo a “um novo céu e uma nova terra”.

Os participantes do Fórum Social Mundial e do Fórum Comboniano 2015.

Tunes, 29 de Março de 2015

Participaram no Fórum Comboniano: missionários, missionárias e leigos missionários combonianos, um bispo emérito xaveriano, duas irmãs das Servas do Espírito Santo, leigos do Brasil e do Uganda. Realizamos os nossos workshops em colaboração com diversas organizações, a saber: Lavigerie Team (Tunísia), Franciscanos, CIDSE, VIVAT International, Franciscans International, Solwodi (Alemanha), John Paul II Justice and Peace Center (Uganda), Liberty Tree Foundation (EUA).

9 de abril de 2015

MEMÓRIAS


O Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto acaba de publicar o livro «Deboli tra deboli» - Memórias de um missionário em Moçambique. 1964-2005 do comboniano italiano Graciano Castellari.
A obra, inserida na colecção Experiências de África, inaugura uma nova série chamada Histórias missionárias para juntar as fontes missionárias às outras fontes inéditas sobre o continente africano.

Os académicos Patrícia Teixeira e Nuno Falcão editaram o livro de 202 páginas que além do texto do autor conta com materiais de suporte: introdução, prefácio, fotos, mapas, glossário e bibliografia.

A Dr.ª Patrícia disse que a apresentação era um dia de alegria que culminava três anos de trabalho.

O Dr. Nuno considerou a obra «um livro muito importante.»

A Professora doutora Elvira Mea fez a apresentação do livro numa sessão que decorreu no Anfiteatro Nobre da Faculdade de Letras da Universidade do Porto na tarde de 8 de Abril.

Definiu os missionários como «mestres da condição humana.» Disse que o livro «é uma obra que ultrapassou as suas expectativas», «uma espantosa aventura inserida na história de Moçambique», «um maravilhoso hino à vida e ao humanismo cristão», «uma enorme lição de vida.»

O P. Castellari interveio na sessão através de uma ligação via internet.

O seu testemunho foi seguido com muita atenção por uma trintena de pessoas que esteve presente na apresentação, incluindo quatro elementos da família comboniana: dois missionários, uma missionária e um leigo.

Explicou que tinha pensado dar ao livro o título Desafios que Deus apresenta ao seu povo, mas mudou para Deboli tra i deboli (Fracos entre os fracos) depois de uma entrevista com a revista Nigrizia.

Disse que não é nem escritor nem santo e escreveu as memórias «porque era importante dizer às pessoas quanto Deus faz pelo seu povo.»

O P. Castellari esteve no início do Centro Catequético do Anchilo e da revista Vida Nova da arquidiocese de Nampula em Moçambique – dois instrumentos para levar o Concílio Vaticano II àquela Igreja – e na missão de Corrane.

O comboniano português P. José de Sousa, que conheceu o P. Castellari em Moçambique, disse que o missionário
«soube entender sempre a alma do povo com equilíbrio, fé e sem extremismos.»

O P. Castellari tem 83 anos e vive em Verona, a casa-mãe dos Missionários Combonianos, desde 2009 devido a limitações de saúde.