10 de abril de 2014

ALEGRIA DE SERVIR


A Ir. Elizabete Almendra conta na apresentação que o «Alegria de Servir» nasceu como um exercício para praticar aulas de computação!

Abençoado exercício! A Ir. Dorinda Lopes da Cunha conduz-nos através da sua actividade missionária de duas décadas do Cordofão, no Sudão Central, até à Equatória de Oeste, no então Sul do Sudão, passando pelo Rio das Gazelas do Norte – Bahr el Ghazal em árabe.

A Ir. Dorinda conta a sua vivência de dois períodos de missão antes e durante a guerra civil nas áreas controladas pelo governo, pelos guerrilheiros do SPLA e num campo de deslocados. Situações muito diversas, mas encaradas sempre com o mesmo sorriso e a mesma vontade de servir apesar da falta de comodidades básicas e de segurança. Situações de fronteira, com serpentes e escorpiões à mistura!

A missionária comboniana de São Miguel de Vila Boa, Sátão, fala da missão como «alegria cristã fazendo amigas e amigos em Cristo, de raça, religião e culturas diferentes.»

E, invocando os anos de chumbo e de morte da guerra civil, pergunta? «Mas será que o povo do Sudão do Sul pode ainda sonhar de um dia ser livre de ter a liberdade de fazer e assumir as suas próprias opções de vida?»

Desde 9 de Julho de 2011 que parecia que sim! O país tornou-se independente do Sudão e as pessoas encaravam o futuro com esperança e otimismo. Infelizmente, a lua-de-mel durou meio ano e desde Janeiro de 2012 que os problemas se avolumaram, porque os seus líderes políticos não estão à altura do cargo. Desde 15 Dezembro de 2013, mais de 20 mil pessoas foram mortas e um milhão deslocadas por uma luta assassina e egoísta pelo poder dentro do partido que controla o Sudão do Sul desde que a paz foi assinada com Cartum a 9 de Janeiro de 2005.

A Ir. Dorinda está a vivê-lo in loco porque se encontra pela terceira vez na sua amada terra santa. Desta feita está na missão de Lomin, no Condado de Kajo Keji, entre os kukus, no sul do país, junto à fronteira com o Uganda.

Li «Alegria de Servir» de duas assentadas durante o retiro da Família Comboniana. A narrativa prendeu-me e fez-me voltar ao país que foi minha casa durante sete anos. Revivi as histórias de resistência e valor dos missionários e da gente que tinham que encontrar maneiras para sobreviver à guerra, à fome e à doença.

Obrigado, Ir. Dorinda, pelo teu testemunho de alegria, serviço e compromisso com os mais pobres do Sudão do Sul, sobretudo com as meninas e as mulheres.

O livro é ditado pela COMBONIFEM das Missionárias Combonianas.

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