30 de agosto de 2007

Portugal 1 – Espanha 0

Dois agricultores, um português e um espanhol, conversam sobre as respectivas propriedades:
- Qual é o tamanho da sua herdade? - pergunta o espanhol.
- Para os padrões portugueses, o meu monte tem um tamanho razoável: trezentos hectares. E a sua?
- Olha, eu saio de casa de manhã, entro no jipe e ao meio-dia ainda não percorri metade da minha propriedade.
- Eu sei o que isso é - diz o português. Eu·também já tive um jipe espanhol. São uma porcaria! Só dão chatices!

Obrigado, Compadre!

CHINESES

© JVieira

Os Chineses estão a apostar forte em Juba. Os balões vermelhos para já marcam um restaurante e dois hotéis em construção. Mas a cidade foi visitada por uma delegação chinesa e é de esperar mais investimentos.
Para já, Juba pode deliciar-se com a cozinha chinesa no Wonderful Chinese Restaurant. O estabelecimento foi aberto durante a minha estada em Portugal.
O Juba Beijing Hotel está a ser construído com material pré-fabricado totalmente importado directamente da China em terreno cedido pelo Governo.
O hotel, situado numa das melhores zonas de Juba, entre o aeroporto e os ministérios, tem um período de validade de cinco anos.
O Juba Beijing abre com 60 quartos com duas camas, casa de banho e chuveiro cada. Mas vai ter 180. Uma noite vai custar entre 200 e 250 dólares. Pode parecer caro, mas um hóspede paga por uma noite numa tenda em Juba entre 90 e 200 dólares.
Juba continua a ser o faroest para empresários que querem fazer dinheiro rápido em investimentos sem grandes riscos.
Entretanto, uma empresa chinesa está a recuperar o Hospital Escolar de Juba. A estrutura de saúde tem 555 camas e oito médicos. Os paramédicos é que fazem a diferença. Durante os trabalhos de reconstrução a maioria dos doentes está internada em tendas ou … debaixo das árvores.

27 de agosto de 2007

Alentejo

Uma pesquisadora do IFADAP bate a uma porta num montezinho perdido no interior do Alentejo e pergunta ao agricultor...
- Esta terra dá trigo?
- Nassenhora - responde o alentejano.
- Dá batata?
- Tamém não!
- Dá feijao?
- Nunca deu um!
- Arroz?
- De manera nenhuma!
- Milho?
- Tá a gozar comigo?!
- Quer dizer que por aqui não adianta plantar nada?
- Ah! Se plantar já é diferente...

Obrigado, Zezita, por esta joia!

22 de agosto de 2007

Darfur

FORÇAS SUDANESAS ATACAM CAMPO DE REFUGIADOS

Forças sudanesas cercaram e atacaram ontem de manhã o campo de refugiados de Kalma. Fontes militares disseram que a acção se destinava a desalojar rebeldes acusados de ataques a postos da polícia.
«Às seis da manhã o Governo do Sudão despachou 2000 soldados para cercar o campo, soldados, polícia e serviços secretos das fronteiras», Abu Sharrad, porta-voz do campo de Kalma disse à Reuters.
Sharrad afirmou que as forças governamentais abriram fogo contra o campo mas não sabia se houve mortos ou feridos.
Uma fonte do exército acusou os rebeldes que atacaram postos da polícia nos campos de Kalma e de al-Salam de se esconderem no campo de refugiados.
Kalma, junto à cidade de Nyala, no Sul do Darfur, alberga quase 100 mil deslocados pela guerra.
Entretanto, o Departamento dos Direitos Humanos da ONU acusou milícias aliadas ao Governo da prática de crimes de guerra.
As milícias praticaram violações em massa e raptaram 50 mulheres durante um ataque à cidade de Deribat, na região de Jabel Marra no centro do Darfur.
As 50 mulheres foram reduzidas a escravas sexuais durante um mês.
A cidade de Deribat é controlada pelos rebeldes da facção do Exército de Libertação do Sudão que não assinou os acordos de paz em Maio de 2006.

Por Darfur

© LUSA


O DRAMA HUMANO ESQUECIDO

Em apenas quatro anos, morreram no Darfur, vítimas da guerra, da fome ou da doença pelo menos 200 mil pessoas na sua larga maioria civis indefesos.
Calcula-se que pelo menos 2,3 milhões de pessoas tenham sido obrigadas a deixar as suas casas. Mais de 4 milhões dependem exclusivamente da ajuda humanitária.
Os ataques às populações sucedem-se em redor dos próprios campos de deslocados.
Os agentes da ajuda humanitária são também alvos frequentes das milícias, que procuram paralisar a sua actuação, agravando ainda mais a situação de extrema debilidade de milhões de pessoas refugiadas.
Entretanto o conflito ultrapassou as fronteiras do Sudão, com mais de 200 mil darfurianos a fugirem para o Chade e para a República Centro-Africana, aonde continuam a ser perseguidos pelas milícias Janjauid.

A SITUAÇÃO ACTUAL
A decisão da ONU do envio de uma força híbrida de paz em conjunção com a União Africana (UNAMID) para a região, do dia 31 de Julho, muito embora tardia, vem finalmente trazer alguma esperança a estas populações.
Por outro lado, a maioria dos grupos em armas contra Cartum reuniu-se em Arusha, Tanzânia, e decidiu retomar as negociações de paz com o Governo.

QUE FAZER?

A pressão da sociedade civil é agora fundamental para conseguir a pronta articulação internacional e a mobilização dos meios humanos e materiais necessários ao rápido estabelecimento do contingente que garanta a segurança na região.
Por outro lado, a comunidade internacional tem que manter o Governo de Cartum sob pressão para voltar à mesa das negociações e negociar uma solução política para o Darfur.
A Plataforma pelo Darfur está a recolher assinaturas para colocar a questão do Darfur na Agenda da Cimeira Europa-África que decorre em Lisboa a 8 e 9 de Dezembro.

Assina AQUI a petição.
Circula a campanha através dos teus contactos.
Unimo-nos por Timor-Leste. Agora é a vez de dar a mão à população martirizada do Darfur.

17 de agosto de 2007

De volta

Estou de volta a Juba depois de uma viagem bem mais tranquila que a da ida! Só um pequeno contratempo: tinha 30 quilos na mala e a TAP obrigou-me a pagar dez quilos de excesso. Unhas de fome!
Juba continua no mesmo sítio, mas regista algumas mudanças.
Uma empresa japonesa está a alcatroar a rua que liga o porto do Nilo Branco ao mercado de Konyokonyo. Ao todo são 680 metros, o primeiro troço a ser asfaltado desde o início da guerra! Mas há mais 60 quilómetros à espera de um revestimento betuminoso. Os veículos e respectivos passageiros agradecem.
A chuva continua a cair certinha. É mau para os arruamentos mas boa para a agricultura. O nosso horto está um espectáculo: o milho já tem espigas, há feijão, amendoim, tomates, «kiavos»… O padre José Luís, comboniano mexicano, está de parabéns!

As ruas de Juba continuam na mesma: alisam-nas e depois a chuva encarrega-se de as estragar de novo!
De resto, os trabalhos de recuperação da Casa Comboni continuam a bom ritmo e a rádio Bakhita alargou o período de emissão da manhã das 11h30 até às 13h00.
Ah! E a Caty, a nossa gata, está grávida.