30 de abril de 2006

Etiópia


© J. Vieira
© J. Vieira
OUTRA PONTE PORTUGUESA

A segunda ponte portuguesa fica sobre a Nilo Azul - os Etíopes chama-lhe Abbay -, a cerca de 35 quilómetros da cidade de Bahar Dar e a uns 400 a norte de Adis-Abeba. Foi construída no século XVII a curta distância da cascata de Tississat (literalmente «A água que fumega»). No seu esplendor, a queda de água forma uma cortina de 400 metros de comprido e 35 de altura. Este espectáculo natural ficou seriamente comprometido com a construção de uma hidroeléctrica. Os Chineses simplesmente desviaram o rio para alimentar a nova central. O preço do progresso...

29 de abril de 2006

Etiópia

© J. Vieira
PONTE PORTUGUESA

Uma das pontes portuguesas na Etiópia fica em Debre Libanos, a pouco mais de 100 quilómetros a norte de Adis-Abeba. Foi construída no século XVI ou VXII e os construtores usaram ovos de avestruz na sua construção. Foi o que me garantiu o guia. Há quem defenda que é de construção mais recente.
A ponte portuguesa fica à frente da grande garganta de Jemma, por cima de um pequeno tributário do Nilo Azul. Está
perto do mosteiro ortodoxo de Debre Libanos (Monte Líbano). O mosteiro foi construído no século XIII por Tekle Haimanot, um dos santos etíopes. Foi bombardeado pelos Italianos durante a ocupação da Etiópia (1935-1941). É um dos maiores centros de espiritualidade do país.

Banhos de Sol

O bom tempo já chegou!!!

Música


OS GLORIOSOS ANOS 80

Desce as escadas da memória até aos gloriosos anos 80. As vídeo-músicas desses tempos únicos encontram-se em «linkação» total. «Tão» lá todos: dos A-Ah aos ZZ Top, passando por Madonna, Peter Gabriel, Nitro, Billy Idol, ACDC e centenas de outros artistas que encheram a nossa adolescência e juventude de ritmo e romance. Entra por AQUI: a festa vai começar!...
Obrigado, Helder, pela dica!

28 de abril de 2006

Gato Fedorento

«DESUMOR»!
Hoje arrumei um tempinho para fazer o meu primeiro visionamento do «Gato Fedorento». Tá na moda! E tinha algumas expectativas. Mas fui roubado!!! Depois de meia hora de pura estupidez servida ao crespúsculo, exijo ao Ricardo de Araújo Pereira e companhia uma indemnização pela absoluta e descarada perda de tempo de que fui vítima.
Humor aquilo? Não, desumor!!! Escabroso, estúpido, balofo… Uma vacuidade. A Sociedade Protectora dos Animais não faz nada contra aquela cena do gato-pombo?
O «Gato Fedorento» será um ícone do tempo (a)cultural que vivemos? Aceitam-se sugestões.

ACA-M

CARTA AO EDIL
DE LISBOA

Exmo. Senhor Prof. António Carmona Rodrigues
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Como V. Exa. deverá já ter conhecimento, uma menina de 8 anos, de nome Rafaela, foi ontem atropelada mortalmente quando atravessava a Av. de Ceuta, numa passadeira.
Lamentavelmente, esta tragédia não é, nem para nós nem para V. Exa., nem para a maior parte dos lisboetas, surpreendente.
Esta era uma morte temida, mas esperada.
Dir-se-á: o motorista de táxi deveria ter circulado com precaução. Dir-se-á: é necessário colocar ali radares de controlo da velocidade e criar medidas de acalmia de tráfego.
Perguntamos nós: quem foram os políticos e os técnicos da autarquia de Lisboa responsáveis pela construção de duas urbanizações gémeas cortadas por uma via rápida com mais de 70 metros de largura?
E perguntamos nós ainda: será que os políticos e técnicos hoje responsáveis pela gestão do trânsito da cidade dormiram tranquilamente até hoje, sem ter resolvido urgentemente a situação de absoluta insegurança dos peões que atravessam a Av. Ceuta?
É que não era necessário proceder a estudos de identificação de pontos negros. Os moradores da zona já tinham diversas vezes alertado a CML para o perigo daquela travessia. A ACA-M, na sua campanha “Vamos acabar com os pontos negros”, já tinha enviado requerimentos à CML, pedindo a resolução do problema.
É terrível constatar que as autoridades só costumam agir sobre os pontos negros que criam depois de alguém neles falecer e de a comunidade exprimir a sua comoção. Não deveria ser esta a postura dos políticos ou dos técnicos face aos cidadãos que se comprometeram servir.
Mas mais inaceitável é mesmo não agir imediatamente sobre uma situação de risco, para prevenir novas tragédias.
Por isso, quando faleceram duas jovens na Av. 24 de Julho, em Novembro passado, a ACA-M veio pedir celeridade na resolução de um problema criado pela autarquia, ao licenciar bares de divertimento nocturno nas bermas de uma via rápida.
Por isso, vimos hoje pedir assunção de responsabilidades, celeridade na busca de medidas provisórias e coerência na elaboração de medidas definitivas para a resolução do ponto negro que é a travessia entre os Bairros do Cabrinha e do Loureiro.
Neste sentido, vimos convidar V. Exa. a deslocar-se connosco à Av. Ceuta para a atravessar – como peão – na passadeira fatídica, no dia 4 de Maio, às 11 horas, para ficar a conhecer o conjunto de propostas de acalmia de tráfego que pretendemos apresentar nesse dia, numa conferência de imprensa que iremos convocar para o local, e para depositar connosco uma coroa de flores nas imediações do local da tragédia.
Confiantes que V. Exa. será sensível à bondade deste convite, solicitamos que nos contacte, para o 919258585, para informar da sua decisão de o aceitar, ou não.
Com os melhores cumprimentos
Manuel João Ramos
Direcção da ACA-M

Gripe das aves


27 de abril de 2006

O nosso mundo


ALDEIA GLOBAL

Se a Terra fosse uma aldeia com 100 habitantes: 57 eram asiáticos, 21 europeus, 14 americanos e 8 africanos.
52 eram mulheres e 48 homens; 70 eram de cor e 30 brancos; 89 eram heterossexuais e 11 homossexuais.
6 pessoas seriam donas de 59 por cento de toda a riqueza da Terra e eram todas norte-americanas. 20 consumiam 86 por cento dos bens da aldeia.
80 pessoas viviam em condições difíceis, 70 não frequentaram a escola e 50 passavam fome.
21 teriam que viver com 80 cêntimos por dia e 50 com pouco mais de um euro e meio.
33 não tinham electricidade e 21 viviam sem água limpa. 50 não teriam acesso a cuidados de saúde.
Apenas uma pessoa teria um computador e outra teria frequentado um curso superior.
Assim está o nosso mundo à escala global!

25 de abril de 2006

Abrir aspas

O FUTURO DA VIDA
A preocupação com o futuro da vida no planeta Terra foi o assunto central do Fórum inter-religioso popular que, na semana passada, reuniu milhares de pessoas em Vitória, bela cidade do país Basco, no norte da Espanha. Um dos pontos de partida daquela assembleia heterogénea e pluralista foi a afirmação de Vandana Shiva: "Um desafio grande para o planeta Terra é sobreviver ao actual modelo de desenvolvimento social, político e científico que a sociedade ocidental consagrou como o único".
No Brasil, aconteceu em Curitiba a Conferência mundial sobre Biodiversidade. No final, em artigo claro e contundente, escreveu o mestre Washington Novaes: "Qual é a urgência real para as transformações nos nossos modos de viver? (...) Quanto tempo o mundo pode esperar pelo cumprimento de objectivos como os das Metas do Milénio? Serão as grandes convenções internacionais caminho eficiente para assegurarem condições para a vida no planeta e a redução das brutais desigualdades entre seres humanos, países, regiões?" (O Estado de S. Paulo, 31/06/2006).
A revista Science, de 16 de Fevereiro, publicou as descobertas de E. Rignot e P. Kanagaratnan, dois dos maiores geólogos do mundo. Eles mostram que as geleiras do leste da Groenlândia estão se desfazendo a uma velocidade de 38 metros por dia e, portanto, 14 quilómetros por ano. Estão também se derretendo os gelos da Antárctica, do Himalaia, dos Alpes e dos Andes. O resultado disso é um aumento do nível do mar, mudança das correntes marítimas responsáveis pelo clima nos continentes e elevação de quase três graus na temperatura da terra, provocando secas nunca vistas no hemisfério sul e invernos mais rigorosos, no norte.
Fui convidado para falar aos participantes do Fórum inter-religioso de Vitória sobre a espiritualidade ecológica como contribuição ao futuro da Vida. Ali pude constatar que resgatar a sacralidade da Terra não é apenas uma questão teológica e sim, necessidade urgente para defender a vida ameaçada. A solidariedade com a Terra e a natureza é um desafio teológico e espiritual, mas é antes de tudo uma questão de vida. Em um tempo no qual a política internacional está em mãos de governantes como Bush, a economia comandada pelo Banco Mundial, é compreensível que as pessoas se perguntem que contribuição as religiões e tradições espirituais podem oferecer à humanidade neste esforço de transformar o modo de nos relacionarmos com a terra, a água e todos os seres do universo.
Cada dia, aumenta o número de pessoas que tomam consciência de que, para as religiões contribuírem efectivamente na garantir do futuro da vida, é fundamental que sejam humildes e abertas ao diálogo com a ciência actual. Em poucos anos, a ciência passou por um desenvolvimento maior do que toda a evolução científica de vários séculos. As ciências actuais são marcadas pela interdisciplinaridade. A cosmologia procura um paradigma mais holístico na abordagem da natureza e das relações entre o ser humano e o universo. O universo aparece como um complexo conjunto de possibilidades múltiplas e indeterminadas.
As pesquisas mais recentes descobriram que os organismos vivos são sistemas abertos, se mantêm vivos e crescem em vitalidade, na medida em que continuam aprendendo. Aquilo que chamávamos de contágio existe para doenças, mas também como multiplicação da vida, como forma da vida se reproduzir. A imunidade de cada ser é necessária, mas é extremamente relativa e frágil. Um sistema capta do outro os dados da vida, aprendendo o segredo da vitalidade. Os sistemas da vida são interdependentes e relacionáveis. Esta espécie de diálogo entre os seres vivos significa que há uma comunidade da Vida. Pode se dizer: A vida ‘se gosta’ naturalmente. Existe um nexo profundo entre dinâmica da vida e dinâmica do prazer. Por isso, a prazeirosidade é um aspecto importante da aprendizagem e da vida. Isso terá consequências profundas para caminhos de espiritualidade que sempre desconfiam do prazer como pecaminoso e insistem mais na tristeza e na dor do que no direito à alegria. Alguns grupos orientais e as religiões afro e indígenas têm muito a nos ensinar.
No Fórum da Espanha, participei de uma palestra do padre Juan Massia, jesuíta espanhol, especialista em Bioética a quem jornalistas e participantes crivaram de questões sobre clonagem, células-tronco e até sobre o direito das pessoas usarem preservativos para evitar doenças sexuais transmissíveis. Ele insistiu em uma espiritualidade do diálogo, no qual todos se disponham a dialogar sem pretender possuir a verdade. Todos têm direito de ter suas convicções, mas estas se expressam não por princípio de autoridade e sim por argumentos a serem discutidos. O diálogo entre pessoas que pensam diferentemente é como uma continuidade na vida humana deste sistema impresso na natureza de um aprendizado mútuo e permanente. Nossas certezas por mais firmes que sejam nada valem independentemente da relação humana e da solidariedade. A Bíblia já nos diz que a verdade e o amor se abraçam. Se não, não seriam verdade nem amor.
As tradições espirituais podem, sim, nos ensinar a reorganizar nossos valores mais profundos e optar por um estilo de vida que não comprometa o futuro da Terra. A conversão a Deus que as religiões propõem se concretiza também em uma conversão muito profunda e quotidiana ao cuidado solícito com a casa comum e com todos os seres que a habitam. Assim, daremos impulso ao desabrochar das melhores promessas. Então, atravessaremos a noite e firmaremos no mundo uma cultura não violenta, um modo de viver construtivo e sociedades nas quais a compaixão seja um idioma comum. Para além do deserto, sempre há um caminho, uma vida com futuro.
Marcelo Barros, Monge beneditino, in ADITAL

24 de abril de 2006

Mil palavras

Holanda - Vista aérea de um campo de cultivo de flores próximo da cidade de Lisse.
Foto EPA/RICK NEDERSTIGT

23 de abril de 2006

Superliga

CAMPEÕES
Ao vencer o Penafiel por 1-0 o FC Porto sagra-se campeão da Liga «betadine» 2005-2006. Parabéns aos Dragões! E, já agora, juntem a «fruteira» ao «ceneco»! Os adeptos agradecem.

22 de abril de 2006

Alentejo

Monsaraz
O Grande Lago

© J. Vieira

21 de abril de 2006

Transparências

© J. Vieira

CÁLICE DE BÊNÇÃO

De pés descalços e coração aberto
acerco-me
e acolho, escancarado, a Vida da Fonte que mana e corre.
A Brisa do Espírito acaricia-me o coração
e deposita nos meus lábios secos
o beijo primeiro que me faz vivente
energizando-me a alma,
enchendo o o coração;
pacificando-me as entranhas;
iluminando a mente
num espasmo telúrico de graça e misericórdia
que inunda de paz cada célula do meu corpo;
que me deifica e faz-me vaso
a transbordar da vitalidade da Trindade
para ser vida em plenitude
e cálice de bênção
para matar as sedes
dos passos que cruzam o meu caminhar.

Questões

20 de abril de 2006

Memórias


Elstree, Inglaterra, c. 1982. Tempos interessantes!

19 de abril de 2006

Cultura guji


© J. Vieira
ABBA GADA

O Abba Gada é o líder máximo do povo Guji, no Sul da Etiópia. É escolhido entre os anciãos da tribo e exerce o comando durante oito anos. Depois volta a ser como uma criança.
O falo, na testa, e o bastão são os distintivos da sua autoridade e têm a ver com o culto da fertilidade. Os Gujis são pastoralistas.
O sistema Gada, característico das tribos Oromos da Etiópia e dos Boranas do Quénia, é complexo e democrático. De oito em oito anos, todos os homens de uma determinada faixa etária ascendem ao patamar superior da escala do poder. As mulheres ficam de fora.

18 de abril de 2006

Sereia

Abrir aspas

Antigamente, contava-se às crianças que vinham nas cegonhas. Mas, dava-se-lhes a possibilidade do adeus à cabeceira do moribundo, viviam todo o processo de luto. Hoje, são iniciadas bastante cedo na fisiologia do amor, mas esconde-se-lhes as lágrimas, não se levam aos funerais com receio de traumatizá-las.
Hoje, a questão que se coloca às crianças é a capacidade de dominar o mundo. Dominar a vida. Dominar a morte: evitando-a. A morte como fenómeno de escada desapareceu.

José Eduardo Pinto da Costa in Pública

Metro do Porto

© J. Vieira
UMA COMPLICAÇÃO

Já viajei em muitos sistemas de metropolitano: Londres, Madrid, Paris, Roma, Estugarda, Cairo, Cidade do México e, obviamente, Lisboa. O último que usei – e com alguma expectativa – foi o novel sistema do Porto.
Um metro único a todos os títulos!
Para começar, chamam cliente ao utente ou passageiro. E veículo à composição (apesar de serem dois ou três veículos juntos…). Opções!
Depois, a sinalética é, no mínimo, original. E a (des)informação ainda mais.
Vejamos! Queria ir para o Castêlo da Maia. O segurança, solícito, informou-me que devia tomar o «veículo» da Linha C com destino ao ISMAI. Durante uma hora de espera só apareciam composições até ao Fórum Maia. Porque depois das sete da noite não há metro para o ISMAI. O horário, esse ignora paulatinamente tal detalhe.
Finalmente, não há nada que bata o sistema de tarifário do Metro do Porto. O mapa das linhas indica as zonas com códigos diferentes. Mas o tarifário obedece a outro mapa – uma espécie de repolho das coroas urbanas perdido entre as muitas informações disponíveis. Só um passageiro verdadeiramente iniciado nos segredos do carregamento do Andante é que me desenrascou. E mesmo assim não cheguei a perceber lá muito bem como é que aquilo funciona!!!
Por quê não descomplicar e facilitar a vida aos utentes? Ou – vá lá – aos clientes? À atenção do Metro do Porto.

15 de abril de 2006

Abrir aspas

PÁSCOA, COELHOS E OVOS
- Papai, o que é Páscoa?
- Ora, Páscoa é... bem... é uma festa religiosa!
- Igual ao Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta, vem cá!
- Sim?
- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?
- Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho?
- Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!
- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.
- E Minas Gerais?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?
- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a professora explica tudinho!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
- Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.
- Coelho bota ovo?
- Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!
- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
- Era... era melhor, sim... ou então urubu.
- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né?
- Que dia que ele morreu?
- Isso eu sei: na Sexta-feira Santa.
- Que dia e que mês?
- (???) Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na Sexta-feira Santa e ressuscitou três dias depois, no Sábado de Aleluia.
- Um dia depois!
- Não, três dias depois.
- Então morreu na quarta-feira.
- Não, morreu na Sexta-feira Santa... ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo!
- Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?
- É que hoje é Sábado de Aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no sábado?
- Claro que não! Se Jesus morreu na sexta!!!
- Então por que eles não malham o Judas no dia certo?
- Ui...
- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
- Ai Coitada!
- Coitada de quem?
- Da sua professora de catecismo!

Luis Fernando Veríssimo

Páscoa

PASSA-TE

Da indiferença ao amor;
Do egoísmo à comunhão;
Do pecado à graça;
Da morte à vida em Cristo ressuscitado
... E será Páscoa na tua Vida.

Aleluia!!!
Autor desconhecido

13 de abril de 2006

Sexta-Feira Santa

© J. Vieira
Nas suas chagas fomos curados!

Ecologia



ANDAMOS A COMER A AMAZÓNIA

Cada vez que comemos na McDonald’s ou noutra cadeia de comida rápida, estamos a dar uma dentada na floresta da Amazónia. A denúncia é feita pela Greenpeace no relatório «Eating up the Amazon» («Comendo a Amazónia»).
Em três anos, mais de 70 mil quilómetros quadrados da Amazónia foram queimados. A área de um campo de futebol transforma-se em fumo e cinza em cada oito segundos que passam. A indústria agro-alimentar – controlada por três gigantes norte-americanos – é a principal responsável por esta destruição. Motivo? A demanda crescente da produção de soja.
«Estamos destruindo a maior floresta tropical do planeta para dar lugar à soja – uma espécie exótica, que será transformada em ração para alimentar gado e frango na Europa», disse Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia, do Greenpeace. «Depois, este gado e este frango será vendido no McDonald’s mais próximo e você pode estar comendo um pedaço da Amazónia.»
Oitenta por cento da produção mundial de soja é usado como fonte de proteína na criação de gado. A carne de vaca, porco e galinha é consumida sobretudo na Europa e nos Estados Unidos através das cadeias de «fast food» e de supermercados.
A McDonald’s é fornecida pela Cargill, uma multinacional que produz e exporta 220 mil toneladas de soja a partir de Santarém, no estado brasileiro de Mato Grosso, para Liverpool, na Inglaterra.

Mil palavras

Big Ben – Londres © J. Vieira

Sociedade da Comunicação


COMUNICAR É VIVER

Já reparaste que trazes contigo uma autêntica central de comunicações? De certeza que tens um telemóvel. Todos temos! Dá para fazer e receber chamadas e escrever e ler «sms» – para discutir, por exemplo, as purpurinas da Xana ou para outras coisas bem mais importantes, como enviar «toques» para recordar que andamos por aí!
O «telelé» é bem capaz de ter uma máquina fotográfica incorporada para registar e enviar momentos e criar memórias especiais. Não será mesmo da geração que permite enviar e receber mensagens de correio electrónico?
És capaz de também ter no bolso um leitor de MP3 com músicas «ripadas» de CD piratas ou «surripadas» na Internet e com rádio FM e gravador, além de arquivos fotográficos e vídeo. E não anda aí um «jump drive» – ao meu pus-lhe o nome de Andarilho – com ficheiros importantes ou enlaces para os teus sítios favoritos e as salas de conversa, os «chatrooms» que frequentas?... E talvez tenhas também uma câmara digital compacta…
Agora, tenho outra pergunta. Hoje, deu-me para isto! Estes equipamentos electrónicos todos tornaram-nos mais comunicativos? Tenho a impressão que a nossa comunicação é mais virtual do que real. Num dia destes uma amiga que se estava a iniciar – e a viciar – nos «chatrooms» comentou que estava admirada pelo montão de gente que «navega» nesses ciberespaços. Não será da solidão?, perguntei. A resposta dela: «É por isso que “chateio”!»
Os Suecos têm um provérbio de que gosto muito: «Uma alegria partilhada é uma alegria dobrada. Uma dor compartida é uma dor meio diminuída.»
Trazemos uma central de comunicação na mochila ou na bolsa-de-canguru. Mas parece que vivemos cada vez mais sozinhos. Por isso, talvez seja mais importante que olhes em volta com olhos de ver. Solta-te! Partilha e vive com quem está ao teu lado!

12 de abril de 2006

Assembleia da República


DEPUTADOS BALDAM-SE
E NÃO HÁ VOTAÇÕES

Apenas 111 dos 230 deputados estiveram presentes esta tarde na Assembleia da República. Por isso, as votações semanais, que exigem a comparência de mais de metade dos parlamentares, tiveram de ser adiadas. Na mesa estavam oito propostas do Governo e uma do CDS-PP.
A maioria dos eleitos da nação já está, portanto, de férias. As votações tinham sido antecipadas para hoje – normalmente fazem-se à quinta-feira – por causa das mini-férias da Páscoa.
O PSD culpou o PS por não ter assegurado o quórum. Os socialistas ocupam 121 assentos do hemiciclo de São Bento. O número mínimo exigido para as votações é de 116 parlamentares. E onde andavam muitos dos tribunos sociais-democratas? Às laranjas? Dão jeito para pôr o folar para o prior...
Senhores deputados, tenham vergonha. Façam o vosso serviço e cumpram as vossas obrigações laborais. Foram eleitos e são pagos para parlamentar e não para darem baldas. UUUUU pra eles.

Sonhos

© J. Vieira

TSEGA QUER SER MÉDICA

Berhane Paulos é uma amiga etíope. Dá aulas num colégio em Adis Abeba. Escreveu-me a contar um sonho. Quer muito que Tsega, sua irmã, faça um curso de medicina. Precisa de 22 mil birr por ano – 2200 euros – para lhe pagar o alojamento e as propinas. Berhane já não tem pai nem mãe. É ela quem cuida dos irmãos. E sonha com eles. Escreveu a pedir colaboração: quem possa oferecer uma bolsa de estudo ou, pelo menos, ajudar na formação profissional de Tsega. Um sonho que pode ser cumprido. Se dermos as mãos!

Relax

Uma resposta original para um problema de matemática.

11 de abril de 2006

Mil palavras

Mãe Gumuz (Etiópia) © J. Vieira

Leigos para o Desenvolvimento

© Leigos para o Desenvolvimento

VINTE ANOS DE DESENVOLVIMENTO

Os Leigos para o Desenvolvimento são uma organização não governamental para o desenvolvimento (ONGD) criada em 1986, em Lisboa. Desenvolvem, desde 1988, actividades em São Tomé e Príncipe, Moçambique, Angola e Timor-Leste nas áreas do ensino, saúde, promoção da mulher e evangelização. Em 20 anos, 243 jovens portugueses dedicaram um período das suas vidas a este grande projecto.
Os Leigos para o Desenvolvimento são jovens professores, médicos, enfermeiros, engenheiros, arquitectos, assistentes sociais com um curso superior. Têm dos 21 aos 40 anos, e antes de iniciarem as suas carreiras profissionais, ou mesmo interrompendo-as, vivem um, dois ou mais anos, em regime de voluntariado e sem qualquer remuneração num dos quatro países onde a ONGD está presente. Adoptam um estilo de vida simples, vivendo em grupo, e partilham os bens com a população local que os acolhe e com quem trabalham. Acreditam que «só o que se dá é para sempre».
Em Portugal, criaram o Centro S. Pedro Claver (CSPC), no Lumiar (Lisboa). Funciona no Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV) e é um importante espaço dedicado à integração escolar e social dos jovens imigrantes. O CSPC também apoia projectos de sensibilização para os problemas dos países mais pobres, através de acções de educação para o desenvolvimento.
Para marcar os 20 anos de vida, os Leigos para o Desenvolvimento publicaram o álbum «Voluntários ao Sul do Equador». Custa oito euros e foi distribuído com o Público de hoje.
Parabéns, portanto.

10 de abril de 2006

Abrir aspas

A VINGANÇA
DAS GALINHAS

A galinha talvez seja a primeira ave a ter sido domesticada há cerca de 12 mil anos quando o ser humano começou a ficar sedentário. Desde então as galinhas têm um destino sinistro: raramente morrem de morte natural. São mortas para o consumo humano. Na perspectiva delas, a vida é simplesmente uma tragédia. Normalmente as galinhas eram e são criadas ao ar livre, perambulando ao redor das casas. Ainda hoje as «galinhas caipiras» são preferidas por serem muito mais saudáveis. Modernamente com a sociedade da produção industrial, elas foram transformadas em máquinas para produzir carne e ovos. Fechadas, às milhares, em aviários nos quais em cada metro quadrado são criadas de dez a doze, enganadas pela iluminação que lhes tira a percepção da noite, alimentadas por promotores de crescimento e de antibióticos para crescerem até um ponto comercialmente ideal, quarenta dias, elas são submetidas a grande padecimento. Se Gandhi, o Dalai Lama ou qualquer pessoa sensível ao sofrimento visitassem um desses currais aviários, seguramente se indignariam e até chorariam de compaixão. Mas nossa espécie se especializou em submeter impiedosamente todas as demais para tirar proveito delas mesmo que implique grande sofrimento.
Sabemos hoje que todos os seres vivos formamos uma única comunidade de vida, pois somos portadores do mesmo alfabeto genético - as quatro bases fosfatadas e os 20 aminoácidos. Por que então impor este padecimento na forma de crueldade para com nossos familiares e parentes naturais?
Depois de séculos de violência, as galinhas agora estão nos dando o troco. É a vingança das galinhas. Ela vem sob a forma da gripe aviária que está atingindo outros seres vivos e pode alcançar também os humanos. É o famoso vírus H5N1. Vírus aviários sempre existiram em formas não letais. Agora este H5N1 se revela uma cepa patogénica. Se sofrer mutações que o torna capaz de transmitir-se aos seres humanos, ele pode se replicar loucamente e matar entre 150 milhões a um bilhão de pessoas, consoante previsões científicas. Surgido pela primeira vez em 1997 em Hong-Kong, agora atingiu quase metade do mundo. Não existe um antídoto que o elimine, apenas possui efeito limitante. É o Tamiflu que não age profilaticamente, apenas 18 horas após a infecção. Foi desenvolvido a partir de um ácido extraído de vagens de anis estrelado encontradas em algumas províncias da China. A companhia farmacêutica norte-americana Gilead Sciences da qual o Secretário da Defesa do Governo Bush, D. Rumsfeld, foi presidente e é sócio, desenvolveu o antivírus Tamiflu. Cedeu a licença exclusiva de produção a Roche suíça que está lucrando milhões de dólares e reluta em subceder licenças de produção por causa da não anuência dos accionistas.
Hoje é sabido: a origem da gripe não provém de galinhas criadas ao ar livre, mas das práticas avícolas industriais e pela utilização de «subprodutos» da criação avícola como ração industrial. A Fundação BirdLife demonstrou que o padrão de focos da gripe segue as rotas das estradas e das vias férreas e não as rotas dos vôos de aves migratórias. A gripe é conseqüência do manejo cruel que nós seres humanos temos feito com as galinhas confinadas. Ai está o nicho de reprodução do vírus. É uma doença sistêmica. Ela demanda uma forma de relação com os seres vivos que não implique crueldade mas racionalidade e compaixão.

Deus é Amor

ENCÍCLICA SOLIDÁRIA
ILUSTRADA

A versão ilustrada e comentada de «Deus é Amor», a primeira encíclica de Bento XVI, foi publicada pela editora Rei dos Livros, em Lisboa, a 4 de Abril.
Esta edição tem uma tripla novidade: é comentada pelo padre Tony Neves, missionário espiritano; é ilustrada com 162 fotos de Lúcia Pedrosa, pertencente ao Movimento Jovens Sem Fronteiras; é solidária, pois apoia o projecto do «Centro Mwenho Ukola» («Centro Vida Viva»), no Huambo – Angola, que acolhe meninas órfãs ou em situação de risco na cidade martirizada do Huambo.
«Era urgente dar uma resposta às centenas de meninas a quem a guerra roubou os pais ou atirou para as ruas. São numerosas as crianças e adolescentes votadas ao mais completo e degradante abandono. As irmãs do Imaculado Coração de Maria partiram do nada. Era preciso reconstruir a casa, arranjar mobiliário, alimentação, roupa, material escolar, fundos para pôr o projecto em marcha. Lançaram um grito à escala do mundo e a ONGD Sol Sem Fronteiras deitou mãos à obra para apoiar o funcionamento deste Centro Solidário», lê-se na apresentação.
Para o padre Tony Neves, missionário que viveu os dias difíceis da guerra do Huambo, esta obra faz uma perfeita ligação entre o Amor a Deus e ao próximo e a solidariedade a que ele conduz e obriga. Uma solidariedade concreta e com rosto, o rosto das muitas meninas órfãs do Centro Mwenho-Ukola.
O Centro recebe dois euros e meio por cada exemplar vendido.

Mil palavras

Cartuxa de Évora © J. Vieira

9 de abril de 2006

Abrir aspas

Estados Unidos admitem
utilizar armas nucleares
contra o Irão

A administração de George W. Bush admite a preparação de um campanha com recurso a armas nucleares contra o Irão, destinada a destruir uma base suspeita de fabricar armas atómicas, avança a edição online da revista norte-americana "New Yorker".

Ainda segundo a revista, cuja edição impressa sairá no próximo dia 17, Bush e outros responsáveis da Casa Branca consideram o Presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, como um “Adolf Hitler em potência”. “É o nome que utilizam”, sublinha o jornalista Seymour Hersh, autor do artigo, citando um antigo alto responsável dos serviços secretos norte-americanos.

Por sua vez, um conselheiro do Pentágono afirma, sob anonimato, que a “Casa Branca considera que a única forma de resolver o problema é alterar a estrutura no poder no Irão, e isso significa guerra”.

O antigo responsável dos serviços secretos descreve ainda ao jornalista os preparativos para um ataque como “enormes”, “violentos” e “operacionais”.

Um antigo responsável da Defesa também pela "New Yorker" indica, por sua vez, que os preparativos militares são fundados na crença de que "bombardeamentos no Irão vão humilhar a direcção religiosa e levar a que a população se revolte e derrube o Governo".

Nas últimas semanas, o Presidente Bush iniciou secretamente uma série de discussões sobre planos para o Irão com senadores e membros da Câmara dos Representantes. A revista revela que entre esses planos é considerada a utilização de armas nucleares tácticas de destruição de “bunkers” como os B61-11, no sentido de destruir a principal unidade de produção nuclear iraniana situada em Natanz.

Mas o ex-responsável dos serviços secretos norte-americanos conta que a opção nuclear suscitou diferendos entre os militares e certos oficiais falaram mesmo em demitir-se se a opção do recurso ao nuclear for concretizada.

Também o conselheiro do Pentágono ouvido pela “New Yorker” afirma que “existe entre os militares fortes sentimentos de oposição quanto à utilização de armas nucleares contra outros países”. Para esta fonte, um bombardeamento do Irão poderá provocar uma “reacção em cadeia” de ataques contra os interesses e os cidadãos norte-americanos em todo o mundo, bem como reforçar o Hezbollah, partido xiita libanês pró-iraniano.

"Se o fizermos, a metade sul do Iraque inflamar-se-á", sustentou o conselheiro.

Abrir aspas

É-nos cada vez mais exigida a capacidade de estarmos sós – aliás, a autonomia passou a ser um valor absoluto, que no século XXI tende a sobrepor-se a quase todos os outros, nomeadamente à solidariedade – mas as pessoas parecem cada vez menos capazes de o fazer.

8 de abril de 2006

Superliga

SCP 0 - FCP 1: Um golo que vale um campeonato? Não gosto das trapalhadas do Jorginho, mas o seu golo valeu quatro pontos!

Natureza viva

7 de abril de 2006

First Day Of My Life

So I found a reason to stay alive
Try a little harder see the other side
Talking to myself
Too many sleepless nights
Trying to find a meaning to this stupid life
I don’t want your sympathy
Sometimes I don’t know who to be

Hey what you looking for
No one has the answer
They just want more
Hey who’s gonna make it right
This could be the first
Day of my life

So I found a reason
To let it go
Tell you that I’m smiling
But I still need to grow
Will I find salvation in the arms of love
Will it stop me searching
Will it be enough

I don’t want your sympathy
Sometimes I don’t know who to be

Hey what you looking for
No one has the answer but you just want more
Hey who’s gonna make it right
This could be the first day of my life

The first time to really feel alive
The first time to break the chain
The first time to walk away from pain

Hey what you looking for
No one has the answer we just want more
Hey who’s gonna make it right
This could be the first day of your life
Hey what you looking for
No one has the answer they just want more

Hey who’s gonna shine alight?
This could be the first day of my life

Amig@

4 de abril de 2006

Mil palavras

S. Bento da Porta Aberta - J. Vieira

2 de abril de 2006

Refracções


NA TUA PRESENÇA

Na tua presença me desnudo
Dos medos, frustrações, inseguranças
Escondidos nas dobras mais profundas da alma.
Na tua presença
Coloco as memórias mais doridas
De feridas por sarar.
Na tua presença
Lavo as nódoas recozidas
De culpas e ressentimentos.
Na tua presença
Recebo o carinho que enche as carências que carrego.
Tu me afagas o coração,
Renovas a alma.
Tu és a vida que vivo e partilho,
A força que me leva sempre mais além,
O desejo que persigo,
O círculo que me abre,
Me acolhe e me recria
Para ser.
Tu és presença real
Numa constelação de sorrisos luminosos,
Mãos e corações abertos,
Anjos que voam de pés bem assentes no chão
Que em teu nome me abençoam.

1 de abril de 2006

Amnistia Internacional


TODOS AO BARULHO


«Make some noise» – «Faça algum barulho» é a nova campanha da Amnistia Internacional (AI). Associada às campanha «Acabar com a Violência sobre as Mulheres» e «Controlo de Armas», pretende-se mudar mentalidades, trazendo para a ribalta atropelos aos direitos humanos e fazendo com que os cidadãos façam algo para acabar com eles.
Esta campanha pretende ainda, nos próximos três meses, ser um estímulo à acção das mulheres de Ciudad Juarez e Chihuahua, México, onde desde 1993, quase 400 mulheres foram assassinadas e cerca de 70 continuam desaparecidas.
Com a Campanha «Control Arms», a AI pretende fazer um painel com um milhões de rostos contra a proliferação de armas ligeiras. Há no mundo 639 milhões de armas ligeiras. Cada ano são fabricadas mais oito milhões. Estas armas continuam a alimentar conflitos, crime, violência doméstica.
Para fazer algum barulho, copie a carta que se segue para uma página «Word», imprima-a e envie-a ao Primeiro Ministro Eng. José Sócrates.


Sua Excelência
Primeiro Ministro
Eng. José Socrates
Palácio de São Bento
Rua da Imprensa à Estrela nº 2
1249-064 LISBOA

Excelência,

Gostaria de apelar ao governo português para:

1. Apoiar a negociação e a aprovação de um Tratado Internacional que Regule o Comércio das Armas, para que dessa forma os Estados possam adoptar e aplicar a condição de que todas as transferências de armas tenham de ser autorizadas através da emissão de licenças e que as mesmas sejam baseadas nos princípios existentes no Direito Internacional.

2. Assegurar que as novas leis relacionadas com a violência familiar mas também aquelas que já existam, proíbam todas as formas de violência doméstica, e que especifiquem que nenhuma pessoa com registos de violência doméstica seja autorizada a adquirir, possuir ou circular com uma arma, de forma a que a remoção de todas as armas de casas onde a violência doméstica é relatada, se torne um procedimento padrão.

O apoio governamental ao processo de garantir um Tratado Internacional que regule o Comércio de Armas e na protecção das mulheres da violência armada é vital. Uma oportunidade única para agir será na Conferência das Nações Unidas de Revisão do Programa de Acção sobre as Armas Ligeiras e de Pequeno Porte (26 de Junho a 7 Julho 2006), onde os governos podem acordar em estabelecer princípios globais mais rígidos para a transferência de armas e em que as questões do género possam ser incorporadas num Programa de Acção das Nações Unidas reforçado.

Com os protestos da mais elevada consideração.


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BI N.º